quinta-feira, 7 de junho de 2012

De repente...mãe!


Podia ser uma infecção de urina. Algo na bexiga, sei lá. Algo me doía (sim, me doía) e me dava medo. Há alguns meses tive um sangramento estranho e fiquei com medo de ir ao médico. Sabia que tinha que ir, sabia que tinha algo, algo estava acontecendo. A hipocondríaca aqui pensava no peor. "Tenho algo na bexiga, me dói, minha intuição diz que tenho algo grave".
Notava uma bolinha no ventre quando me deitava de barriga para cima. "Vê? A bexiga está inchada!".
Tinha três teorias: uma infecção na bexiga, um problema grave no útero (já contei que sou hipocondríaca e tenho pânico de doenças?), ou gravidez. Mas gravidez? Seria impossível! Tenho ovários com muitos, mas muitos cistos, ciclos muito irregulares, nos cuidávamos e tive 2 menstruações nesse período de desconfiança! "Essa semana compramos o teste, pelo menos eliminamos essa hipótese".
Sim, meu corpo estava diferente e só não víamos porque não queríamos. Tinha mais veias, muitas veias, especialmente nos seios (que não estavam tão inchados nem me molestavam como dizem), tinha sono, muita preguiça, nenhum pique para sair tomar minhas cervejinhas. Ia do trabalho para casa e demonstrava uma leve depressão. .
As veias e a bolinha na barriga nos intrigavam. Compramos o teste.
"Fazemos hoje, né?" "Mas é sábado! Saímos primeiro dar uma volta, tomar algo?".
Eu adiei o momento até que vimos os dois risquinhos que nos contavam que seríamos pais.
Não sei ao certo explicar a sensação. Nunca saberei. Me senti a beira de um precipício, me senti totalmente desorientada enquanto meu namorado me abraçava e tentava animar-me: "Pessoas grandes têm grandes feitos!" "Não era uma bolinha, era um bebê!" "Você não está sozinha, nos amamos!". Escutei as frases mais lindas no momento mais estranho da minha vida. Nunca havia sentido tanto medo.
Depois desse dia, 31 de março, começamos uma maratona médica.
Em nossa primeira consulta já descobrimos o sexo de nosso bebê. Uma menina. Passei por meia gravidez sem dar-me conta. Os médicos me qualificam como assintomática. Minha bebê já tinha 20 semanas e começava a me dar seus primeiros chutes. Minha filhota esperou que soubéssemos de sua existência para começar a crescer pra valer, se mover com força e nos mostrar que vinha para mudar nossas vidas por completo.
Hoje, depois de muitas semanas e já com barrigão, ainda sinto medo, muito medo, mas tenho momentos de alegria e uma emoção tão grande que deixam meu medo pequenininho perto da força de nossa bebê.

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