terça-feira, 26 de junho de 2012

Sobre bunda e outros danos

Gente, é normal que um bebezinho de 30 semanas mude o nosso corpo, neam? A gente vai ficando com aquele teta peito gigante, pesado, quente (?), aquela barriga enooorme, descobre que tem veias para irrigar o corpo de um elefante, mas... alguém me explica a bunda?! Porque?? Porque eu me vejo como aquelas formigas de desenho animado? Qual a utilidade dessa bunda, meu Deus?? A gente passa anos lutando pra nossa bunda ficar ali pequenina, quietinha no seu canto...pra quê? Para que venha uma garotinha que nem nasceu ainda e deixe nossa bunda ao estilo "mujer sandia"!? Porque? Porque?????
Eu odeio bundas. Nasci no país das bundas e nunca, jamais entenderei a preferencia nacional. Gente, tem coisa mais bunitinha do que aquela bundinha pequenininha, bem posicionada? Tem coisa mais elegante, mais phyna meodeus? Aí a pessoa sempre teve bunda, sempre travou uma batalha contra a própria bunda, a pessoa deixa a pátria mae, país das bundas, zona de conforto e se muda a um país onde sao todas magrinhas com suas bundinhas no lugar. A pessoa se adapta bem a nova realidade e, quando sua bunda morre está em seu melhor momento, a pessoa engravida.
Nao, eu ainda nao estou orca!! Sempre achei que engordaria pacas em uma gestaçao, mas nao!!! De momento tenho 5 quilinhos a mais. Sao 5 quilos divididos entre Giulia e bunda! E já entramos no oitavo mês! Entao alguém me explica o motivo da bunda?? Já escutei barbaridades. Uns dizem que ela está aí tipo airbag para o caso de eu cair. Outros dizem que é para eu nao cair, já que a barriga me tomba pra frente e a bunda me tomba pra trás...tipo joao bobo.
Já cheguei ao ponto de nao me olhar de perfil no espelho. Só me olho de frente. De perfil é tipo uma gravidez alienigena de gêmeos, um bebê na frente, outro atrás.
Quero parir. 
Sério, quero parir. Quero parir a Giulia e quero parir a bunda.



* Obs: teclado estranho esse.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O quarto

O quartinho da Giulia vem ficando pronto pouco a pouco. Como nossa casa não é definitiva e tudo pode mudar em questão de um ano (talvez deixemos España e volto com a tropa ao Brasil), ainda não é o quarto dos meus sonhos, fica claro que não vale a pena gastar muito com o tema se há intenção de mudanças. Bom, mas nem por isso Giulia merece menos e mesmo economizando o quartinho vem ficando aconchegante e delicado.
Pequenos toques fazem toda a diferença, basta você definir um estilo e procurar detalhes e objetos que coincidam para criar o mini universo de seu pequeno.
Selecionei algumas fotos que me inspiram bastante. Acho bacana fugir da mesmice e despejar tons escuros no ambiente, o contraste da sobriedade com a delicadeza criam uma atmosfera interessante. Gosto muito também quando se incorporam ao quartinho objetos mais adultos, como lustres elegantes, móveis sóbrios, tapetes estilosos. A mescla fica bacana e econômica já que você pode recuperar objetos de casa mesmo.







Fotos: reproduçao internet

quinta-feira, 7 de junho de 2012

27 semanas e meia de amor.



Estou grávida!! Sim, isso já sabíamos. Mas agora me sinto totalmente grávida. Estamos com 27 semanas e meia de gestação, nossa Giulia pesa um kilo mais ou menos, se mexe um montão e começa a me sufocar um pouquinho.
Acho que até mereço um pouco desse incômodo todo. Vivi o privilégio de passar por semanas tranquilas, sem moléstias, engordando pouquíssimo (apenas o conveniente), com uma barriguinha discreta e leve. Mas o tempo passa. E Giulia cresce. E no meu caso agora vem tudo muito depressa.
A cada dia que me levanto e me olho no espelho me vejo maior. A barriga vai crescendo de forma assustadora. Os seios cada vez mais pesados. A respiração piorando.
Sempre tive neuras com respiração, paranóias mesmo. Agora isso tudo está se complicando.
Com o avanço da gravidez o útero vai aumentando de volume e começa a pressionar o diafragma, dificultando um pouquinho a respiração e me deixando com a sensação de falta de ar.
Agora somem isso ao calorão que vem fazendo por aqui, mais o aumento brusco de peso, mais as pequenas paranóias de minha caixola. Resultado: estou me angustiando, mas juro que com bom-humor.
E você que também vai ser mamãe quer saber o que fazer para aliviar? Procure relaxar, medite um pouquinho, fique tranquila e saiba que é uma sensação completamente normal. O que me ajuda muito é deitar sobre o lado esquerdo do corpo, nessa posição reduzimos a pressão sobre vasos sanguíneos importantes. Um banho relaxante ou uma bebida fria e refrescante também ajudam.

De repente...mãe!


Podia ser uma infecção de urina. Algo na bexiga, sei lá. Algo me doía (sim, me doía) e me dava medo. Há alguns meses tive um sangramento estranho e fiquei com medo de ir ao médico. Sabia que tinha que ir, sabia que tinha algo, algo estava acontecendo. A hipocondríaca aqui pensava no peor. "Tenho algo na bexiga, me dói, minha intuição diz que tenho algo grave".
Notava uma bolinha no ventre quando me deitava de barriga para cima. "Vê? A bexiga está inchada!".
Tinha três teorias: uma infecção na bexiga, um problema grave no útero (já contei que sou hipocondríaca e tenho pânico de doenças?), ou gravidez. Mas gravidez? Seria impossível! Tenho ovários com muitos, mas muitos cistos, ciclos muito irregulares, nos cuidávamos e tive 2 menstruações nesse período de desconfiança! "Essa semana compramos o teste, pelo menos eliminamos essa hipótese".
Sim, meu corpo estava diferente e só não víamos porque não queríamos. Tinha mais veias, muitas veias, especialmente nos seios (que não estavam tão inchados nem me molestavam como dizem), tinha sono, muita preguiça, nenhum pique para sair tomar minhas cervejinhas. Ia do trabalho para casa e demonstrava uma leve depressão. .
As veias e a bolinha na barriga nos intrigavam. Compramos o teste.
"Fazemos hoje, né?" "Mas é sábado! Saímos primeiro dar uma volta, tomar algo?".
Eu adiei o momento até que vimos os dois risquinhos que nos contavam que seríamos pais.
Não sei ao certo explicar a sensação. Nunca saberei. Me senti a beira de um precipício, me senti totalmente desorientada enquanto meu namorado me abraçava e tentava animar-me: "Pessoas grandes têm grandes feitos!" "Não era uma bolinha, era um bebê!" "Você não está sozinha, nos amamos!". Escutei as frases mais lindas no momento mais estranho da minha vida. Nunca havia sentido tanto medo.
Depois desse dia, 31 de março, começamos uma maratona médica.
Em nossa primeira consulta já descobrimos o sexo de nosso bebê. Uma menina. Passei por meia gravidez sem dar-me conta. Os médicos me qualificam como assintomática. Minha bebê já tinha 20 semanas e começava a me dar seus primeiros chutes. Minha filhota esperou que soubéssemos de sua existência para começar a crescer pra valer, se mover com força e nos mostrar que vinha para mudar nossas vidas por completo.
Hoje, depois de muitas semanas e já com barrigão, ainda sinto medo, muito medo, mas tenho momentos de alegria e uma emoção tão grande que deixam meu medo pequenininho perto da força de nossa bebê.